Indie girls, as musas desse alienigena
Uma garota fazendo um "senhor" folk. Do alto de seus dezoito anos a britânica Laura Marling foi uma novidade predileta pelos críticos da terra da rainha, quando do lançamento de seu album de estreia. Em seu segundo trabalho, que vocês conferem aqui hoje, ela mantem o nível e bebe na fonte dos clássicos do folk estadosundeses. Se mostra uma grande letrista, que parece conhecer bem o sofrimento e maturidade que conquistamos com as desilusões da vida. O detalhe é que ela acabou de sair da adolescência, Laura é um prodígio.
Alguns críticos brasileiros traçaram um paralelo entre a Srta. Marling e a Mallu Magalhães, nada mais injusto. Ambas tem um talento inato para a música e para o folk (ainda que a primeira tenha um trabalho um pouco mais rebuscado no gênero), comparações são inevitáveis mas devem respeitar a proporção.
Sem mais delongas as faixas mais saborosas de I Speak Because I Can são "Devil's Spoke", bastante sombria, me lembrou o segundo disco do Dylan. O coro em "Darkness Descends" é muito massa também, algo de "neo-folk" aqui. A faixa título do disco, que foi parar lá no final do tracklist, silencia alguns questinamentos sobre as letras que a Laura escreve, como se dissesse que a maturidade (presente nas letras) não deve ser medida por sua pouca idade. Há tempos esse blog tava pedindo um voz feminina com a da Laura e esse albúm veio em boa hora.
I Speak Because I Can (2010)
Devil's Spoke
Made by Maid
Rambling Man
Blackberry Stone
Alpha Shallows
Goodbye England
Hope in the Air
What He Wrote
Darkness Descends
I Speak Because I Can
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